quinta-feira, 1 de novembro de 2012
Marcas no tempo
Eu queria saber, senhor tempo, por que passas tão de pressa. Pra onde vai tão corriqueiro, tens hora marcada? Algum encontro com o destino talvez?
Eu queria saber, senhor tempo, pra onde levas as pessoas que amei, e os sorrisos que me levaste, pra onde foram eles, porque não mais posso tê-los em minha companhia? Escute aqui senhor tempo, não é bonito brincar com os sentimentos das pessoas, ouviu? Não sabia? Pois saiba que a saudade dói, e dói muito!
E me diga, por favor senhor tempo, por que tens de levar-me tantos sonhos também, e de vez em quando, se esvai alguns mililitros de esperança junto. É divertido confundir-me os sentidos? Ah! Quase ia me esquecendo, e aquela velha senhora que sempre me cumprimentava pela manhã? Lembro-me que ela sempre estava lá, sentadinha na calçada com a sua saia de cetim -que a fazia sentir confortável, pobre senhora!- sempre a me dar bom dia com um belo sorriso no rosto. Me responda senhor tempo, pra onde a levou? Não, não precisa dizer mais nada, eu já entendi, não é da minha conta! Pois então faço-te um pedido senhor, da próxima vez que quiser cruzar meus caminhos com outro alguém, faço-o ficar mais um pouco, passe devagarinho só dessa vez. Mais se não puder, tentarei entender. Apenas por favor não leve meus sorrisos com ele, nem minha inocência para poder continuar a enxergar bondade em todo as pessoas, e vida em todos os momentos. ♥
Texto de Anne Vieira
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